?

Nem sei o que escrever aqui.
É uma imensidão de coisas, sentimentos vastos, acontecimentos diversos.
A rapidez dos últimos fatos me devorou.
Mas, com certeza, eu renasci mais uma vez.

Talvez tudo isso seja inexprimível.
Porém eu tentarei.

1 - É incrível como depois de 18 anos tentando, só agora se estabeleceu a conexão. E só agora posso dizer que me sinto à vontade, que tua presença me dê a sensação de lar. Mais surpreendente ainda descobrir isso depois de um escândalo (falso!) no jornal. Foi a primeira vez que me senti mal por você, que te defendi, que descobri que daria o meu sangue pelo teu. E no outro dia tu se preocupastes. É isso que importa. Pai e filha, finalmente.

2 - Tenho pensado muito em uma frase. Foi tirada de um filme um tanto tosco (um pouco bonitinho, admito!), chamado "Ironias do Amor" (na péssima tradução pro português). Eis a pérola: "No final, é pra isso que existimos: para nos salvar de nós mesmos.". Muito interessante. Um pouco dependente demais para os meus padrões "faça-você-mesmo" (padrões que ficam mais na teoria do que na prática, mas enfim..), porém não deixa de ser real. Afinal, não vamos evoluindo e aprendendo a lidar com nossa própria existência a partir do contato e da troca de conhecimento com o outro? Cada pessoa que passa por nossa vida deixa alguma lembrança, seja um ensinamento, seja um sentimento. E, de certa forma, é uma contribuição e tanto para a evolução espiritual (pelo menos para aqueles que refletem sobre suas experiencias e erros). Mas não seria responsabilidade e pressão demais colocar tudo isso em cima de outra pessoa? Ou talvez frustante por esperar que a resolução dos problemas venha de uma fonte externa? Ou seria só esperar comprometimento por parte do outro (o que, vamos combinar, tá faltando bastante nos dias de hoje)?
Obs: quando falo outro me refiro a variados tipos de relações: amigáveis, familiares, afetivas, etc.

3 - Então. E daí vem a coisa toda de ontem a noite. E eu juuro que eu nem ia falar sobre isso. Ou que ia tentar ser vaga e passar pelas entrelinhas. Mas vamos à verdade: eu não consigo. Eu não consigo calar a boca. Entrelinhas me irritam, e às vezes ser escrachada não faz mal a ninguém. Como minhas tentativas de comunicação nem sempre dão certo, acho que aqui é o melhor canal. (Aqui sempre foi o melhor canal. De certa forma minha vida está aqui.). Eu queria tanto acreditar no tarô, horóscopo, numerologia, ou seja lá que previsão for. Queria ter paciência sempre, e que as coisas saíssem conforme os planos. Mas somos humanos. E nem sempre o corpo segue a linha, nem sempre temos tanta fé como precisamos. Me sinto engraçada falando (*escrevendo) sobre essas coisas. Porque é como atirar no escuro. Nunca se sabe se o grau de importância dado por um é o mesmo pro outro. No fundo, nunca se sabe de nada. O primeiro fato é: não estava funcionando. O segundo fato é: depende de você. Ligar, falar, brigar, rir, conhecer, demonstrar, viver. Depende de você pra funcionar.

4 - Algo em mim grita. Gargalha alto e mostra nos olhos a felicidade pra todo mundo ver. Talvez tenha achado aqui dentro o que sempre procurei lá fora. E agora eu tenho de volta meu combustível para serelepear por aí. Só sei que reside no meu peito o alívio por admitir que a única constante é a mudança. E por saber que consigo resistir a elas. Que nenhuma ventania vai me levar pra longe do caminho que escolhi. E que, mesmo que ela me derrube, eu aprendi a levantar.

5 - Escolhi a minha palavra.
Metamorphosis.
No latim por passar a essência, o puro e imutável.
(Que talvez, ao lado do significado da palavra evidencie meu ser contraditório).

Nada nunca é igual.

Mechanical Man

Os dias passam e eu sempre volto pra cá.
Dessa vez pra um desabafo.

Da última vez falava sobre deixar tudo fluir naturalmente...
E esse é o problema: nada está acontecendo.
Estou mergulhada na rotina estressante, maçante e isso está me consumindo aos poucos.

Realmente, a coisa que eu mais abomino (ok, depois de baratas) é a rotina.
E é a primeira vez que eu lido com isso dessa forma.

Saudade dos tempos em que do nada eu decidia ir a algum lugar ou fazer alguma coisa e um ou outro amigo legal topava. ("To com vontade de comer comida chinesa, vamos?"; "Vamos alugar um filme?"; "Se você não for comigo meu filho vai nascer com cara de sorvete.").
De jogar tudo pra trás e me esparramar no campo.
Saudade dos dias em que tudo era surpresa, nunca se sabia o que ia acontecer.
Tudo era possível.

E agora a vida parece tão sem graça.
Não que às vezes não apareça algo inusitado (como clientes que tentam telepatia com você e voltam para tentar resolver seus problemas existenciais ou garotinhos que te seguem até o ponto de ônibus).
Mas o fato é que agora esses momentos são exceção.
E antes eles predominavam, tornando a vida alegre, dinâmica, tão legal quanto nos livros de J.G.
Tudo virou automático.
As pessoas à minha volta agora são normais demais, regradas demais, pontuais demais.
São mecânicas.
E qual é a graça de tudo isso?
Quando a vida vira uma obrigação?
Vira um sistema, uma equação, algo sempre com o mesmo resultado?
Ela simplesmente perde a magia, o encanto.
Eu não consigo viver assim.
Acho que vim com defeito, sem o botão de ligar e desligar.
Eu só sei viver. Viver por completo.



Me sinto como se tivessem me tirado da minha realidade e me jogado em outra, aleatória.
Alguém me leva de volta?

Revolução Solar.



Esse é o meu post sobre soprar velinhas, mudar de idade e blablabla, só que meio atrasado.

18 aninhos. Talvez essa idade tenha mais valor simbólico do que real.

Ou como minhas colegas de trabalho dizem: "agora você pode fumar, beber, se prostituir e ser presa".

Enfim, a verdade é que não senti mudança nenhuma.
Ou melhor, a gente vive uma metamorfose cotidiana, e não faz sentido achar que a mudança de um ano vai se acumular pra um dia só.
No fim são só números. Eles não significam muita coisa.
Eu me sentia mais velha quando era criança do que agora.

Em primeiro lugar, obrigada pelas palavras.

Elas de certa forma me trouxeram liberdade.

E sabe, eu sempre tive medo que devido ao meu jeito fechado, de se deixar conhecer pouco ninguém nunca soubesse quem sou de verdade.

Aliás, essa é uma preocupação constante minha: que as pessoas me vejam como eu realmente sou.
E agora sei que tem pelo menos uma pessoa no mundo que me enxergou por dentro.

De certa forma tenho que admitir que é uma nova fase.
Eu não seria humana se não criasse novas expectativas e planos a cada ano solar que começa.
E é isso que representam as fotos. (pois é, primeira vez que eu coloco fotos no blog).

É hora de cortar com o passado e realmente recomeçar, coisa que eu tentei tantas vezes.
Mas agora acredito que vai dar certo agora.
Vou tentar construir meus sonhos de forma mais concreta.
Estou cortando a pulseirinha, abandonando as ilusões, deixando coisas para trás.
O passado não some, mas ele precisa ficar no seu lugar, sem roubar o meu presente tão precioso.
Só assim posso me jogar de corpo e alma na vida e escolhas que faço daqui pra frente.
Só assim pra viver de novo, com intensidade total.
Se a idade não trouxe muita coisa, porém pelo menos compreendo algumas coisas a mais.

E uma delas foi conviver com tudo que a vida nos dá, o melhor e o pior de tudo.
Sem tantas promessas, só deixando as coisas acontecerem naturalmente e ver no que vai dar...

"We were the Kings and Queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the Children of a Lesser God
Between Heaven and Hell"


Wittgenstein.

Este post será para homenagear um de meus filósofos preferidos. Um homem admirável.

Em primeiro lugar um agradecimento. Devo dizer que não apenas suas obras e ideias ampliaram as fronteiras de minha mente. Sua vida e seu método me influenciaram bastante também. Aderi ao movimento de reclusão total e negação de tudo para tentar encontrar o rumo novamente. E foi quase um ano de reclusão social e intelectual, revendo todas as crenças e convicções. Mas valeu a pena. Nenhum preço é alto demais quando se trata de recuperar os tesouros do pensamento e se livrar dos vicios do corpo, mente e alma. Felizmente Wittgenstein trouxe-me de volta para a paixão pela filosofia.

Claro que sua tentativa de acabar com a especulação e com a falsa linguagem foi heróica, muito embora seus objetivos não foram 100% alcançados, uma vez que a filosofia não deixou de existir nem foi substituída pela mais pura lógica. Agora, na minha opinião, é acima de tudo a sua tentativa (quase desesperada) em concretizar seus ideais que deve ser deixada como seu legado.


Trata-se de um altruísmo incrível, que o fez abster-se de sua própria vida (e da fortuna herdada também - doada a poetas amadores de forma anônima) por algo maior, que em sua opinião iria revelar a verdade à sociedade. Largou sua família, seus amantes, tudo para dedicar-se meticulosamente ao trabalho de descobrir a verdade.

Outro aspecto ao meu ver louvável foi a coragem de viver sempre no limite. Wittgenstein tinha tendencias suicidas e autodestrutivas. Muitos o chamavam de louco, excêntrico, esquisito. Mas talvez justamente era esse dualismo, essa vivência tão intensa que o possibilitou ver as coisas com mais clareza. Além disso, sobreviveu a si mesmo: apesar de depressivo, chegou a morrer de causas naturais, nunca tendo cedido aos seus desejos de morte.

Ludwig W. também foi um dos únicos a admitir que suas ideias eram incoerentes e começar uma nova corrente filosófica. Ele caiu, levantou, começou de novo e não se envergonhou por isso. Não deixou que o orgulho o atrapalhasse na busca do que realmente queria.

Enfim, eu poderia tecer elogios e mais elogios sobre todos os fatores que nele admiro, mas o post ficaria muito extenso. Me limito a só um comentário final: seu maior destaque é não ter deixado suas ideias apenas nas folhas de seu livro, mas vivê-las até a última conseqüencia.Ele não foi um filósofo passivo, foi sua própria filosofia. Seus pontos de vista transpareciam em cada ação, e na minha opinião é assim que também deveríamos ser.
Ser aquilo que acreditamos.

Em defesa da moda.

Eu já tinha preparado um outro texto pra postar hoje. Porém, acabei lendo a reportagem da revista Planeta desse mês "Ser inteligente saiu de moda" e minha indignação mudou o rumo do post. A reportagem é ótima: com toda certeza deve-se incentivar os jovens (e também adultos, porque não) a consumir mais cultura. Orgulhar-se de ser ignorante não é bom pra si, nem para a sociedade.
Mas indo direto ao ponto: a revolta surgiu mais precisamente no último parágrafo, quando o autor faz referência (de forma bastante pejorativa) à famosa sola vermelha de Christian Louboutin. Eu realmente não entendo o porquê de colocar a moda como exemplo de algo desprezível.

Não sei se sou apenas eu que me equilibro na tênue linha entre o superficial e o que importa, mas acompanhar as Fashion Weeks nunca me tirou a capacidade de entender uma equação matemática.

As vestimentas sempre foram importantes na história da humanidade, seja como proteção para o corpo, para identificação de classes sociais, para demonstração do poder. Atualmente, na minha visão, a moda tornou-se mais livre.

A minha pergunta é: por que a moda não é considerada arte, principalmente pelo autor (que faz referências à literatura e artes de modo tão oposto)? Afinal, ela não é também uma expressão que parte do ser humano, com o propósito de exteriorizar sentimentos e pensamentos?

Se o problema é a cópia, teríamos que excluir as artes, a música e os livros, uma vez que esses também são produzidos em escala. Se for por ostentação e representação do luxo idem, tendo em vista que obras de arte são mais vistas como símbolo de grande poder aquisitivo do que sapatos. No fim, são só suposições minhas.

Acho que existe um grande equívoco entre o que a moda realmente é e o que as pessoas entendam que ela seja.

A moda é inspiração, cor, movimento, criação, expressão. São todos os desejos que vem de dentro e transformam-se num objeto.
Quando um estilista mostra a sua coleção ele não está falando: "Você tem que usar isso, e tal peça só combina com tal". Ele somente está mostrando as suas ideias. É o seu jeito de ver o mundo que passeia pelo corpo das modelos, não necessariamente o que todos precisam vestir e gostar.

Não é a própria moda a culpada de toda futilidade criada em cima desse mercado.
Aliás, ela é a vítima, que tem sua imagem destorcida e confundida graças à epidemia de baixa auto-estima que se alastra nessa sociedade.
A indústria têxtil apenas se aproveitou da necessidade de milhões de mulheres em se sentirem lindas, queridas e amadas e apresentou um refúgio que é essa compulsão por seguir tendências.
Mas isso certamente não tira o mérito de artistas dos criadores.

Em exemplo prático: O criador do superman não tem culpa alguma se alguém se jogou pela janela do décimo andar pensando que também podia voar. Ele só criou o personagem, sem a pretensão de que os outros o achassem real.

É a mesma coisa nas passarelas.
As pessoas levam a sério demais algo que na verdade não é.
São elas que distorcem as coisas, procurando consolidar uma imagem seguindo padrões que lhes deêm identidade.
Mas a moda não é assim. Ela é reflexo da personalidade, ela vem de dentro.

Pena que pessoas que não entendem isso menosprezem o trabalho de artistas notáveis e divulguem como se fosse apenas mais uma futilidade.

Sinopse.

Parte I - Sobre personalidades pré-definidas

O que é importante pra você?
E quem é você?
Será que algum dia essas perguntas terão respostas?

Eu passeio por esse mundo e vejo tanta gente falando de liberdade.
Mas a cada segundo que passa mais eu acho que esse conceito é utópico.

Eu só vejo fórmulas prontas.
Só escuto "que absurdo" e "não pode ser".
Me diz então, por que não pode?
Vamos viver a vida toda nos reprimindo e evitando as coisas que realmente queremos fazer por medo do que os outros pensem?
Vamos ficar pensando "e se.." enquanto podíamos ter feito tudo aquilo que desejávamos?
Eu não chamo isso de viver.

E daí se eu não segui o curso natural?
Será que existe realmente um?
Pois eu te digo: eu aprendi mais nesse meio ano improvisado e fora do "normal" do que no resto da minha vida.
Acho que aprendi a viver.

PS: Esses dias conheci um homem muito sábio.
Ele me falava sobre as pessoas que vão adulterando, se tornando adultas, perdendo a criança dentro de si.
Ele me disse que ainda tenho a minha aqui dentro. Fiquei feliz.

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Parte II - Algumas palavras de uma filha.

Até quando vai esse julgamento, essa manipulação?
Você sempre vai me castigar por não fazer o que você quer?

Pois tá aqui uma novidade: eu vivo a minha vida, não a sua.
Chega.

"E desde quando você acha que sabe mais de mim do que eu?
Existem tantas coisas que eu vivi que você nunca viveu!"

Lições de moral da pessoa mais errante que eu conheço, digamos que é no mínimo contraditório.
Você fala como se não errasse.
Ou como se sempre estivesse certo.

Outra coisa: temos perspectivas e paixões diferentes.
Desculpa se eu não sou uma vaca materialista e fútil.

Tem tanta coisa que você já colocou a perder na minha vida.
Até hoje as suas ações tem repercussões inemagináveis.
E você mal se importa com isso.

Então não venha me dizer "você não sabe perdoar", como se eu não tivesse tentado.
Esqueceram de te dizer uma coisa: pra ser perdoado você precisa primeiro se arrepender.
E como uma pessoa que acha que sempre está certa faz isso?

http://www.youtube.com/watch?v=HU88N86zQKA

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Parte III - Minha última carta pra você

Já faz quase um ano.
Acho que agora eu finalmente posso dizer que superei, embora não saiba nem o que aconteceu direito pra que tudo desse errado.
Mas esquecer não, com certeza isso não vai acontecer.
Mas evolui sabe, e agora entendo as tuas ações.

Tenho vontade de conversar contigo.
Saber como as coisas vão, se tá tudo bem.

Eu queria que tu lesse "O Castelo nos Pirineus".
Eu também mudei.
Me sinto como o Steinn agora.

"Ás vezes nem sei mais quem sou
Me deu vontade de voltar."

E você, quem é agora?

Enfim, só queria dizer "sinto sua falta" e "desejo tudo de bom".
Meu eterno melhor amigo de Guaratuba.

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Parte IV - O possível recomeço

Você chegou. Inesperadamente, com certeza.
Eu quero fazer dar certo, eu juro.
Eu quero te conhecer melhor. Não a sua sobremesa favorita ou a marca da sua camiseta.
Eu quero te conhecer por dentro.
Mas parece tão difícil, tudo tão distante.

São dois mundos diferentes.
E bom, eu tenho bastante medo, admito.
Medo de cair, me esfolar, machucar, ser quebrada de novo.

Às vezes parece que eu não sirvo pra isso.
Nunca fui muito boa nesses assuntos, de qualquer forma.
A liberdade me faz tanta falta.
Mas ser nômade nem sempre nos faz feliz.
E eu quero estar junto de alguém que me faça sorrir.

"Quando eu fiquei sem nada
Foi quando eu percebi
Que eu preciso, você também
Todo mundo precisa de alguém."

FIM

O Legado das Ações.

Estava eu relendo a revista Planeta de março de 2010 e a reportagem de capa me fez refletir. (Se você não leu, está disponível no site da revista: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/450/artigo168308-1.htm).

Sim, após tantas aulas de biologia recriminando os erros de Lamarck os cientistas descobriram que ele também tem a sua parcela de razão, tirando Darwin do monopólio da certeza sobre a evolução das espécies.

Basicamente o artigo demonstra os resultados de uma pesquisa, ainda sem dados muito precisos, de que hábitos de vida influenciam sim os genes e podem passar aos seus descendentes por pelo menos cinco gerações.

Além de ter uma repercussão científica incrível (lá vamos nós estudar biologia tudo de novo!), o foco que quero dar a matéria não é esse, mas sim o que está ao nosso alcance.

A desmitificação de que só os genes são responsáveis por uma porção de características, que são previamente "programadas", tira o peso da responsabilidade de diversas doenças e comportamentos do acaso e coloca essa responsabilidade sobre nós mesmos.

Agora não só somos responsáveis por nossa vida e saúde, mas como também podemos influenciar a vida daqueles que nem veremos, porém compartilharão de nosso sangue daqui a cinco gerações.

Uma "simples" atitude (o simples está entre aspas porque se trata de algo considerado simples, entretanto não é tanto assim) como a falta de atenção materna pode levar seu neto a ter depressão.

Ou seja, nossas ações cotidianas ganharam uma dimensão nunca antes imaginada. Com o poder de prevenir doenças com a alimentação, por exemplo, também vem a obrigação de pensar muito mais em nossos pequenos atos, e diminuir consideravelmente os erros para que gerações futuras não sofram com algo que em nossa época poderia parecer uma bobagem.

Enfim, sempre desejamos a liberdade, sermos senhores de nosso destino. Mas será que estamos prontos para os deveres que isso acarreta?

?

Por tanto tempo sozinha que eu nem sabia mais o que era isso.
Eu me tranquei por vários meses, e agora a vida volta a acontecer.

Todas aquelas pessoas...
É como achar o lar que eu nunca tive.
É estar num lugar e se sentir bem.

Simplesmente esse sentimento que eu não sentia há quase dois anos...

Mas como sempre existem tantos poréns que aquela sementinha cheia de dúvidas começa a brotar.


Primeiro porque mesmo adorando minha vida agora, eu não consigo deixar no passado.
Como pode ser tão difícil seguir em frente?
Meus planos saíram tão errado: mudei de cidade, voltei, mudei de amigos, mas isso nunca muda.
É uma certeza eterna que resiste, não se dissipa ou se esvai.
Simplesmente continua em mim desde a primeira vez.

E por outro lado essa nova coisa que me faz tão feliz, que me faz sorrir espontaneamente, sentindo-me segura (como era ano retrasado talvez), é tão errada.
Nada aconteceu, mas minha intuição diz que se eu continuar vai dar merda.
E o pior é que essa intuição não costuma errar.

Eu sei, não existe só esse caminho.
Na última semana mais portas se abriram do que nos últimos 8 meses.

Mas com todas essas possíveis direçõs também vem decisões.
Decisões difíceis, às vezes.

Eu falei tanta coisa mas não consigo fazer minhas ações seguirem estas palavras.
É incontrolável.
Porém ficar olhando a vida passar enquanto o que você mais deseja não acontece não me parece muito correto.
(yeah, e minha fitinha vermelha da Bahia (FN) acho que nunca se romperá...)

Mas ou eu continuo parada esperando esse sentimento que provavelmente nunca vai vir, ou eu escolho um caminho qualquer à minha frente e sigo pela estrada.
Conciliar as coisas está se tornando impossível agora.

So now, what can I do?

Patchwork.

Ele falou: "Você não pode ser diferente, tem que ser igual a todo mundo!"



Em sua mente é como se eu escolhesse. É porque ele nunca viu que sempre foi assim.



E não é muito acusativo isso?

Por que temos de nos "adaptar" ao mundo e tornarmo-nos todos iguais? Por que simplesmente não podemos viver com nossas diferenças?

Eu sei que o mundo não é cor-de-rosa e não é tão simples assim. Sei que todos não vão dar a volta no mundo de mãos dadas cantando canções bonitinhas.

Mas podia ser melhor. E eu não vou abrir mão de fazer o que eu puder para ajudar só porque a pessoa (que deveria me apoiar nisso) diz que não vai adiantar, que eu não vou salvar o mundo sozinha.



- Essa coisa de salvar o planeta deixa pros ambientalistas.

- Se todo mundo pensasse assim não existiriam ambientalistas.



É inevitável. Não que eu queira viver isolada do mundo (na verdade não vivo, só de quem você quer que eu conviva). O fato é que o que você pensa, come, faz e acredita te afasta de algumas pessoas e aproxima de outras. É um processo natural. Eu não preciso adorar todo mundo não é?



"Sei que tenho o direito de calar e de escolher de quem eu gosto ou não"

Luxúria - Suja e Só


Agora, na minha opinião, o problema não é com a diferença de pensamento, mas sim com a inexistência dele. Eu não penso muito sobre shopping e balada. Eles não pensam muito sobre eventos culturais, música, meio ambiente e filosofia. Beleza, cada um no seu canto e a vida segue.


Longe de dizer que eu sou perfeita. E eu tenho consciência que as escolhas que eu faço e um pouco da minha intransigência com pessoas dinheiristas além da conta me custam caro. Eu sei que às vezes me torno um ilha.

"Não é todo rio que tem um mar pra se encontrar, dá pra evaporar, encontrá-lo através do ar."
Fresno - Evaporar

E desculpa confessar, mas é difícil receber conselhos de quem outrora me
feriu tanto. É estranho ou
vir palavras que parecem minhas saindo da tua boca. Mas eu agradeço imensamente por todas elas, de coração. Só que isso não quer dizer que eu vá seguir as recomendações.

Sinto que já progredimos em algumas coisas. O rancor se foi. É que quando se perde o que se preza, sentimentos ruins também perdem a importância.

É engraçado como o mundo tem que desmoronar para as coisas voltarem ao seu lugar.


Eis a minha resposta: mesmo que eu morra por isso, eu vou fazer o que eu acho que é certo. Mesmo que o certo seja relativo. Em minha mente sempre vai ser melhor morrer lutando pelo que se acredita do que viver frustrado por não ter feito o que se podia. E vamos vivendo o dia de hoje... Um pouco de Carpe Diem nunca faz mal.


Só que você não precisa se preocupar, porque sua retórica não foi em vão: apesar da minha teimosia, sua preocupação e compreensão lhe renderam minha admiração.


P.S.: Eu sei que no fundo você faria a mesma coisa. Ou pelo menos gostaria de fazer.

The Revolution has begun.

É surpreendente o rumo dos acontecimentos.



Em um semestre tanta coisa nova, tanta coisa mudando.

Casa nova, matérias novas, quase um pai novo, amigos novos.

E o que eu julgava tão infernal vai revelando um gostinho de céu aos poucos.



Adeus às primeiras impressões.

Tudo o que eu levo daqui é "nem tudo é o que parece".

Eu olho para trás e não me arrependo de ter vindo ou de nada que fiz ou deixei de fazer.

De um jeito absurdo parece tudo perfeito agora.



E eu, que pensei que nunca mais criaria laços, eu que sentia o peso do abandono, encontrei em duas pessoas totalmente diferentes de mim sentimentos inemagináveis.

Encontrei, acima de tudo, destruindo toda e qualquer má primeira impressão, compaixão.

E todo o sofrimento valeu a pena, porque me ensinou demais.

Depois da tempestade veio o Sol. E que Sol.



Espero ter retribuído tudo que me foi dado, em sentimentos e conhecimentos.

Em poucos momentos fui tão feliz quanto hoje.

Surpresas, trabalho, comemoração, descontração.

E confesso estar satisfeita ouvindo que mudei muito em suas vidas, por mais que seja 'apenas' um pensamento ou ação.



Sim, provavelmente eu vou sentir saudades, mas sigo o meu caminho.

Acho que minha mãe não estava brincando quando disse que sou a personificação do termo "matamorfose ambulante".

Mas é essa mudança que me alimenta.

É no movimento que me sinto com um lar.

Só não muda quem já morreu.



O que mais influencia nesse sorriso estampado é saber que aprendi com todas as coisas aqui, e que saio mais perto de mim mesma.

Dúvidas ainda tenho, claro. Porém tenho certeza de que batalharei ao máximo até esclarece-las.

Ao mesmo tempo fico feliz com sua existência: o dia em que eu parar de perguntar vou ficar preocupada.



Queria pedir desculpas aos que magoei ou decepcionei.

Mas é assim mesmo, é a vida.

Sem errar eu nunca poderia aprender.



Obrigada a todos. De verdade *-*

Changes.

Desculpe-me, mas não tenho culpa de que os outros só querem ouvir o que gostam.
Eu fico com a verdade, sempre.

Porque não importa mais estar certa, estar com a razão.
Não importa agradar os outros.
Eu não quero mais ser perfeita.
Minha vida inteira me esforcei pra alcançar o que não existia,
e só me restou o caos.

Aqui ficaram as luzes acesas,
o silêncio e a minha respiração.
E a eterna fuga.

Runaway;

Eu preciso sair.
Sair e andar até não aguentar mais, parar por qualquer canto e observar o movimento.
Escrever, desenhar, ou só rabiscar algumas palavras mentalmente.
Quem sabe olhar o mar, o céu, ou aquela ilhazinha tão bonita.

Mas a questão é que isso seria a prova para mim mesma de que eu ainda sou capaz das mesmas coisas.
De fazer o impensável, o inesperado, o que der na telha.
De quebrar a rotina, jogar tudo pro alto só pra ter o prazer de pensar na vida.

Porque essa rotina escraviza, mata aos poucos.
E eu não nasci pra isso, não quero ser assim.

Lá vou eu então, ver o que eu acho no meio da multidão.

Como pode as coisas serem assim?

Eu continuo não aceitando, eu continuo relembrando, eu continuo protestando com o meu "ser-do-contra".

Que saco cara. O que me irrita nessa cidade hipócrita é que as pessoas são alienadas culturalmente por opção.
Sim, no brasil a cultura tem seu preço, e eu até entendo que a população de baixa renda não tenha uma formação cultural rica devido a diversos problemas como falha educacional, falta de dinheiro para consumir uma cultura que não seja a de massa (se é que faustão e novela podem ser considerados cultura, mas enfim :x), falta de tempo para se dedicarem a atividades que lhe trariam conhecimentos (como leitura, teatro, pesquisas, etc).

Mas e aqui?
Pessoas bem de vida, com tempo de sobra e as frases que eu mais escuto:
"Odeio ler", "Detesto filosofia", "História é uma merda", "Estudar não serve pra nada".
Isso sem falar em pessoas que não sabem o que é legião urbana porque só escutam a porra da música da bicicletinha.
Isso sem falar nas trocentas pessoas que detestam tirar o título e só o fazem por obrigação.
(E toda a luta do diretas já foi pra nada? E aqueles jovens que colocaram seu empenho para lutar no que acreditavam? Tudo isso vai pro lixo graças a um ignorante que só vai votar por obrigação e escolher qualquer candidato que vai foder ainda mais esse país?).

Que mundo é esse?

Só quero viver minha vida e tentar fazer algo melhor.
Me diz que eu vou conseguir seguir em frente.



"Me tira daqui (não adianta gritar)
Me ajuda a fugir (ninguém vai escutar)
Não aguento mais
Eu não sei a resposta"



Eu sinto falta daquelas conversas.
Eu não queria voltar ao mesmo ponto, mas não posso evitar.
Quero que alguém fale o que eu estava pensando, tal como era.
Duvido que mudou.

eterna metamorfose.

Agora me sinto quase totalmente recuperada de tudo que eu passei no ano passado e me sinto em contato e harmonia comigo mesma e meus pensamentos, ideais e valores.
O único poblema disso é que certamente é mais difícil conviver com o povo daqui.
E eu sinto uma vontade enorme de mudar.
Mudar tudo a minha volta, mudar de lugar, ser realmente uma eterna metamorfose.
Mas isso não me inquieta mais como antes.
Apenas me deixa feliz e tranquila.

Sabe o que é estranho?
Todos aqui se surpreendem quando eu digo que moro sozinha.
E na minha cabeça é tão normal.
É como se sempre tivesse que ser assim e antes que estava errado.
Da mesma forma tudo que eu penso é visto como absurdo,
Nada meu se encaixa com ninguém daqui.
E eu pensava que já estava perdida em joinville.
uahsusahuash.
Se eu já era diferente aí imagina aqui.
Aonde NINGUÉM escuta as mesmas músicas (nãão no meu curso), aonde ninguém sabe o que é filosofia, aonde todo mundo só quer viver em paz sem se questionar nada.
Acho que as pessoas confundem paz de espírito com comodidade.
Estar parado não quer dizer estar em paz.
As pessoas têm medo do movimento.
Mas não é do movimento que nasce a vida?


Trecho de um dos meus emails diários para a mamãe.

de-sa-pa-re-ceu.

"Your promises
They look like lies
Your honesty's
Like a back that hides a knife
I promise you
I promise you
I am finally free."
sem precisar trocar palavras, i dont care if you dont, não precisa mais se preocupar com explicações ou em se preocupar, eu não acredito em nenhuma palavra, suas ações parecem um teatro, agora é certo e é real, eu estou indo, e meu coração vai junto dessa vez.

J.G.

Quando chove é impossível não entrar numa sessão nostálgica.
E agora, enquanto os pingos caem parecem acompanhar as lágrimas.

Eu sempre gostei de ser dramática.
Sem intenção, só por força do hábito.
Talvez porque eu fosse diferente. Porque eu sou diferente.
E sempre enxergo numa perspectiva de quem não é daqui, de que não pertence a lugar nenhum.

A única coisa que enxerguei direito até agora foi você.
E não tenho medo, nem vergonha ou receio de dizer isso.

Eu tenho a lembrança da tua face assustada do primeiro dia em que te vi bem guardada.

Mas as coisas mudam. As coisas mudaram.
E no giro do mundo, só eu fiquei estática, imagino.
Tudo passou, eu fiquei na lembrança.
Eu continuo querendo aquela pessoa tímida e sem jeito de dois, quase três anos atrás.

Talvez eu não tenha aprendido muita coisa nesse tempo todo.

A coisa mais doída não é não te ter emocionalmente, fisicamente.
É saber que a pessoa mais rara do mundo agora não existe mais.

Eu só pergunto: o que aconteceu pra te tornares assim?

Eu continuo aqui, esperando um curinga aparecer.
Mas o que fazer se o único que eu conhecia se tornou tão cego quanto as outras cartas do baralho?

"Senão te deixar insensível, a distância pode colocar tudo em perspectiva."

"Que amor era esse que não saiu do chão?
Não saiu do lugar, só fez rastejar o coração."
TENTENTENDER - Pouca vogal

Eu sentei aqui decidida a escrever sobre minha relação de amor e ódio com minha cidade natal.
De como as coisas mudaram com uma mudança para nem tão longe assim.
Mas então percebi que tinham outras relações que a distância embaralhou muito mais, e que realmente me encomodam.
Não por serem ruins exatamente.

Coloquei na minha cabeça "não tenho nada a perder" e é isso que eu quero aplicar em toda a minha vida.
Chega de medo. Chega de insegurança. Só quero voltar a viver.

De novo, as palavras se encaixam na história.
E eu cansei de imaginar pra quem é. Cansei de esperar que seja pra mim.
Sinceramente, nem sei mais se ainda espero isso realmente.
Por que não ser direto?
Talvez eu esteja delirando ao escrever tudo isso. É, talvez.

Só o que eu sei é que eu preciso resolver as coisas.


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Um dia isso vai ter que acabar.

P.S.: O título é uma frase retirada do livro "Pra Ser Sincero" (Gessinger), página 62.

1001.

Acho que foi ingenuidade minha achar que tudo iria sumir por uma mudança geográfica.

Coisas de calouros. Calouros na vida, de certa forma.

Agora, de outro ângulo, consigo perceber que não se tratava do espaço, de onde, do externo, mas sim da mente e do coração. Da minha mente e coração, para ser mais exata.

Nada mudou, só o endereço.

(Quando digo nada, não é naaada. Claro que algumas coisas melhoraram aqui - como parar de ser perseguida pelo vizinho psicopata :D - mas refiro-me aos aspectos sentimentais.)

Novos horizontes são bons, é claro. Porém a lição qe eu aprendi é que não dá pra viver sem passado. Que não adianta tentar fugir, pois essas coisas são de dentro. Que "memórias não somem assim".

E depois que tudo foi dito, existe algo a fazer?