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    Cada vez sinto-me mais sufocada. Os males modernos chegaram para ficar, não há escapatória. A sociedade do instantêneo perdeu a espontaneidade.
    O peso da inércia repousa em meus ombros. Cada vez mais a obsessão com o ser paralisa os atos fundamentais. "Aja duas vezes antes de pensar".
    O tédio é tudo que nos restou como herança. Estamos presos nessa dependência tecnológica, sem criatividade suficiente para fugir.
    Falta voz para exprimir o que sentimos, o que pensamos, o que somos. Mas será que ainda existe opinião fora dos enlatados ou serão todos plágios de quotes? Cada vez mais a massa afoga minorias, silencia opiniões.
    E o que será de nós, tímidos demais para ir além das palavras? Acomodados demais para sair das redes sociais? A inquietude persiste, e corrói qualquer vestígio de desculpas esfarrapadas.