Wittgenstein.

Este post será para homenagear um de meus filósofos preferidos. Um homem admirável.

Em primeiro lugar um agradecimento. Devo dizer que não apenas suas obras e ideias ampliaram as fronteiras de minha mente. Sua vida e seu método me influenciaram bastante também. Aderi ao movimento de reclusão total e negação de tudo para tentar encontrar o rumo novamente. E foi quase um ano de reclusão social e intelectual, revendo todas as crenças e convicções. Mas valeu a pena. Nenhum preço é alto demais quando se trata de recuperar os tesouros do pensamento e se livrar dos vicios do corpo, mente e alma. Felizmente Wittgenstein trouxe-me de volta para a paixão pela filosofia.

Claro que sua tentativa de acabar com a especulação e com a falsa linguagem foi heróica, muito embora seus objetivos não foram 100% alcançados, uma vez que a filosofia não deixou de existir nem foi substituída pela mais pura lógica. Agora, na minha opinião, é acima de tudo a sua tentativa (quase desesperada) em concretizar seus ideais que deve ser deixada como seu legado.


Trata-se de um altruísmo incrível, que o fez abster-se de sua própria vida (e da fortuna herdada também - doada a poetas amadores de forma anônima) por algo maior, que em sua opinião iria revelar a verdade à sociedade. Largou sua família, seus amantes, tudo para dedicar-se meticulosamente ao trabalho de descobrir a verdade.

Outro aspecto ao meu ver louvável foi a coragem de viver sempre no limite. Wittgenstein tinha tendencias suicidas e autodestrutivas. Muitos o chamavam de louco, excêntrico, esquisito. Mas talvez justamente era esse dualismo, essa vivência tão intensa que o possibilitou ver as coisas com mais clareza. Além disso, sobreviveu a si mesmo: apesar de depressivo, chegou a morrer de causas naturais, nunca tendo cedido aos seus desejos de morte.

Ludwig W. também foi um dos únicos a admitir que suas ideias eram incoerentes e começar uma nova corrente filosófica. Ele caiu, levantou, começou de novo e não se envergonhou por isso. Não deixou que o orgulho o atrapalhasse na busca do que realmente queria.

Enfim, eu poderia tecer elogios e mais elogios sobre todos os fatores que nele admiro, mas o post ficaria muito extenso. Me limito a só um comentário final: seu maior destaque é não ter deixado suas ideias apenas nas folhas de seu livro, mas vivê-las até a última conseqüencia.Ele não foi um filósofo passivo, foi sua própria filosofia. Seus pontos de vista transpareciam em cada ação, e na minha opinião é assim que também deveríamos ser.
Ser aquilo que acreditamos.

Nenhum comentário: