Demorei a tarde para encontrar as palavras certas, e talvez uma vida para transformá-las em ações.

Essa foi uma daquelas notícias anestesiadas, que só fazem efeito depois de certo tempo.É como se os compromissos cotidianos não nos dessem espaço para sentir, nem direito a pensar.

Você precisa correr, está atrasado, vai ficar pra trás.

E tudo passa, muda, e talvez nunca tenhamos nada no final.

Mas a verdade é cansei, e não quero viver um romance se não vale a pena.
Quem disse que não existe contos de fadas, nunca viveu em um.
Porque amor é isso: acreditar que tudo é perfeito.
Ilusão ou não, a realidade que criamos é bem mais interessantes.


Quero um amor que nos rasga por inteiro, que me sustente, me mantenha, me suporte, que seja o ar, e esteja em todo lugar, em todo pensamento.
Que preencha, compreenda, que dê tudo e receba tudo, por puro prazer.
Que traga um sorriso no rosto toda vez que vier à mente.
Que nunca deixe de mudar, se transformar, de alegrar.
Que se interesse por cada palavra, cada suspiro, cada respiração.
Sem preocupação, com a espontaneidade que nos deixa sem graça.
Que contenha a paixão pela vida, que proporcione a liberdade necessária.
Que seja maleável, flexível, e ao mesmo tempo, porto seguro, imóvel e eterno.
Quero serenidade, mas sem acomodação.
Infinita conquista, charme diário.



O problema dos homens atuais é que eles não sobem tranças em torres, não procuram em todo reino por uma só moça, não criam guerras por amor, nem lutam contra dragões ou bruxas malvadas.


O problema das mulheres atuais é que são orgulhosas demais e não admitem ser uma donzela em perigo, aparentam fortes e independentes, não importa o quanto doa.


Chanel dizia: "Só há tempo para o trabalho e o amor".
Não quero ter de escolher.

-

    Cada vez sinto-me mais sufocada. Os males modernos chegaram para ficar, não há escapatória. A sociedade do instantêneo perdeu a espontaneidade.
    O peso da inércia repousa em meus ombros. Cada vez mais a obsessão com o ser paralisa os atos fundamentais. "Aja duas vezes antes de pensar".
    O tédio é tudo que nos restou como herança. Estamos presos nessa dependência tecnológica, sem criatividade suficiente para fugir.
    Falta voz para exprimir o que sentimos, o que pensamos, o que somos. Mas será que ainda existe opinião fora dos enlatados ou serão todos plágios de quotes? Cada vez mais a massa afoga minorias, silencia opiniões.
    E o que será de nós, tímidos demais para ir além das palavras? Acomodados demais para sair das redes sociais? A inquietude persiste, e corrói qualquer vestígio de desculpas esfarrapadas.

Clandestino.

Sinto-me uma estranha. Numa casa que não é a minha (será que existe esse lugar chamado lar?), com uma pessoa que pareço não conhecer mais.

Damos voltas e voltas, mas sempre chegamos no mesmo ponto. O ponto em que nada mais dá certo.

As opiniões não se encontram, a gentileza acabou, as vontades, sonhos, desejos: tudo se partiu e segue em estradas diferentes, sem previsão de se encontrar. E o que ficou?

Esse buraco crescente na alma, uma frustação eterna de não ter feito o que queria, ou de querer demais fantasia. Essa solidão sangue-suga, que não abandona, é a companheira da ausência de quem se quer.


E quem se quer afinal?
Uma projeção de quem foi?
Uma cópia de outro que partiu, que deixou saudades?
Um ser que habita a memória das fantasias que nunca existiram?

Não sei dizer. Aliás, esse é o problema: não sei dizer.
Balanço num mar de indecisão e medo, aonde não existe a coragem para proferir as palavras fatais/finais.

Eu não quero ficar só.

Mensagem pra quem nunca vai ouvir.

Chega uma hora que esgota, que todas as forças acabam, que só resta a vontade de fugir e deixar toda a dor para trás.
Essa é uma dessas horas.


Não quero me fazer de vítima, mas é que já fingi ser forte por tanto tempo, aguentando tanta coisa, que agora não tem mais como, eu simplesmente não consigo mais.

A verdade é que, quem convive com uma pessoa como você, pode aguentar qualquer coisa. Você é o meu problema desde que eu nasci e não seria diferente agora. Não sei se é possível sentir tanta repulsa a alguém como sinto de ti. Sangue do meu sangue, mas desprezível como lixo. Caráter sujo, cheio de manipulações e joguinhos psicológicos. Cansei do seu jogo.Cansei da sua vida vazia cheia de falsas aparências e mentiras que não levam a lugar nenhum.

Todo o inferno que você tornou a minha vida, e eu pensei que isso tinha passado. Mas não, as pessoas não mudam. E quer saber? Eu nem me preocupo mais com você, porque eu sei que não tem mais salvação. Me preocupo com aquela criança. Com o que ela vai ser quando crescer, vendo exemplos que nem esses. Convivendo com pessoas superficiais sem reais valores. Espero que ela enxergue um dia a mentira que você é.


Por enquanto, eu tenho que aguentar. Tenho que aguentar porque quero fazer algo que amo, quero ter condições de me sustentar sozinha. Mas o dia que não precisar mais de você, do seu maldito dinheiro pra sobreviver, espero nunca mais vê-lo. E espero que durante a sua velhice, quando estiver sentado sozinho na sacada, ou quem sabe deitado na cama de um hospital, se lembre de todos os momentos que podiam ter sido agradáveis e você estragou, de todas as coisas que tentei te contar e você não ouviu, de todas as vezes que você reclamou e me desprezou. Se lembre de todas as memórias que nunca vão desabitar minha mente. Quem sabe assim você ache o motivo pelo qual eu não estarei mais lá.
 
Todo mundo se perde, todo mundo erra. O que importa é enxergar e mudar.


Só para constar na sua agenda:
26 de janeiro de 2012: A Bruna está bem.

Rainha de Copas

Utilizando a sabedoria de vida

A Rainha de Copas surge como arcano conselheiro neste momento de sua vida, Bruna, chamando sua atenção para a importância de utilizar a sabedoria das experiências vividas em sua existência neste momento. A vida humana é, na maioria das vezes, uma roda incessante de repetições. É quando finalmente paramos para entender melhor o que tanto se repete em nossas existências que é possível dar um salto e amadurecer. Acima de tudo, procure escutar as pessoas ao seu redor, não necessariamente para segui-las, mas para entender melhor o ponto de vista delas. A Rainha de Copas também vem lembrar que a maior parte de seus problemas neste momento pode ser superada a partir de uma atitude persistente, paciente e prudente. Há momentos em que a melhor estratégia é a indireta, sem confrontos objetivos. Siga “comendo pelas beiradas” e você terá mais sucesso do que se tiver muita pressa.

Conselho: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

Eu vejo o futuro repetindo o passado.

Fazia tempo que eu não passava o dia assim, escrevendo.
Fazia tempo que uma crise dessas proporções não batia à porta.

Será que algum dia vamos descobrir quem somos?

É tão fácil se perder.
O problema é que, nessa corrida contra o tempo, tudo foi ficando para trás. E quando paramos, cansados, observamos que não restou nada. É a hora de reconstruir certezas e convicções, a parte mais difícil.
Queria ter mais fé nas coisas.
Talvez devesse colocar na lista de promessas do ano novo.

Qualquer coisa boba ajudaria: cartas, estrelas, uma oração, uma mandiga.
O que falta é acreditar.

Toda a determinação se tornou um medo repentino e intenso, que parece não querer ir embora.
Não quero ser uma medrosa.
Quero ser destemida.

Espero encontrar um porto seguro.
Uma certeza absoluta imutável, que sempre esteja lá quando meu mundo parecer estar caindo.

Eu não quero estragar tudo outra vez.