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Nem sei o que escrever aqui.
É uma imensidão de coisas, sentimentos vastos, acontecimentos diversos.
A rapidez dos últimos fatos me devorou.
Mas, com certeza, eu renasci mais uma vez.

Talvez tudo isso seja inexprimível.
Porém eu tentarei.

1 - É incrível como depois de 18 anos tentando, só agora se estabeleceu a conexão. E só agora posso dizer que me sinto à vontade, que tua presença me dê a sensação de lar. Mais surpreendente ainda descobrir isso depois de um escândalo (falso!) no jornal. Foi a primeira vez que me senti mal por você, que te defendi, que descobri que daria o meu sangue pelo teu. E no outro dia tu se preocupastes. É isso que importa. Pai e filha, finalmente.

2 - Tenho pensado muito em uma frase. Foi tirada de um filme um tanto tosco (um pouco bonitinho, admito!), chamado "Ironias do Amor" (na péssima tradução pro português). Eis a pérola: "No final, é pra isso que existimos: para nos salvar de nós mesmos.". Muito interessante. Um pouco dependente demais para os meus padrões "faça-você-mesmo" (padrões que ficam mais na teoria do que na prática, mas enfim..), porém não deixa de ser real. Afinal, não vamos evoluindo e aprendendo a lidar com nossa própria existência a partir do contato e da troca de conhecimento com o outro? Cada pessoa que passa por nossa vida deixa alguma lembrança, seja um ensinamento, seja um sentimento. E, de certa forma, é uma contribuição e tanto para a evolução espiritual (pelo menos para aqueles que refletem sobre suas experiencias e erros). Mas não seria responsabilidade e pressão demais colocar tudo isso em cima de outra pessoa? Ou talvez frustante por esperar que a resolução dos problemas venha de uma fonte externa? Ou seria só esperar comprometimento por parte do outro (o que, vamos combinar, tá faltando bastante nos dias de hoje)?
Obs: quando falo outro me refiro a variados tipos de relações: amigáveis, familiares, afetivas, etc.

3 - Então. E daí vem a coisa toda de ontem a noite. E eu juuro que eu nem ia falar sobre isso. Ou que ia tentar ser vaga e passar pelas entrelinhas. Mas vamos à verdade: eu não consigo. Eu não consigo calar a boca. Entrelinhas me irritam, e às vezes ser escrachada não faz mal a ninguém. Como minhas tentativas de comunicação nem sempre dão certo, acho que aqui é o melhor canal. (Aqui sempre foi o melhor canal. De certa forma minha vida está aqui.). Eu queria tanto acreditar no tarô, horóscopo, numerologia, ou seja lá que previsão for. Queria ter paciência sempre, e que as coisas saíssem conforme os planos. Mas somos humanos. E nem sempre o corpo segue a linha, nem sempre temos tanta fé como precisamos. Me sinto engraçada falando (*escrevendo) sobre essas coisas. Porque é como atirar no escuro. Nunca se sabe se o grau de importância dado por um é o mesmo pro outro. No fundo, nunca se sabe de nada. O primeiro fato é: não estava funcionando. O segundo fato é: depende de você. Ligar, falar, brigar, rir, conhecer, demonstrar, viver. Depende de você pra funcionar.

4 - Algo em mim grita. Gargalha alto e mostra nos olhos a felicidade pra todo mundo ver. Talvez tenha achado aqui dentro o que sempre procurei lá fora. E agora eu tenho de volta meu combustível para serelepear por aí. Só sei que reside no meu peito o alívio por admitir que a única constante é a mudança. E por saber que consigo resistir a elas. Que nenhuma ventania vai me levar pra longe do caminho que escolhi. E que, mesmo que ela me derrube, eu aprendi a levantar.

5 - Escolhi a minha palavra.
Metamorphosis.
No latim por passar a essência, o puro e imutável.
(Que talvez, ao lado do significado da palavra evidencie meu ser contraditório).

Nada nunca é igual.

Mechanical Man

Os dias passam e eu sempre volto pra cá.
Dessa vez pra um desabafo.

Da última vez falava sobre deixar tudo fluir naturalmente...
E esse é o problema: nada está acontecendo.
Estou mergulhada na rotina estressante, maçante e isso está me consumindo aos poucos.

Realmente, a coisa que eu mais abomino (ok, depois de baratas) é a rotina.
E é a primeira vez que eu lido com isso dessa forma.

Saudade dos tempos em que do nada eu decidia ir a algum lugar ou fazer alguma coisa e um ou outro amigo legal topava. ("To com vontade de comer comida chinesa, vamos?"; "Vamos alugar um filme?"; "Se você não for comigo meu filho vai nascer com cara de sorvete.").
De jogar tudo pra trás e me esparramar no campo.
Saudade dos dias em que tudo era surpresa, nunca se sabia o que ia acontecer.
Tudo era possível.

E agora a vida parece tão sem graça.
Não que às vezes não apareça algo inusitado (como clientes que tentam telepatia com você e voltam para tentar resolver seus problemas existenciais ou garotinhos que te seguem até o ponto de ônibus).
Mas o fato é que agora esses momentos são exceção.
E antes eles predominavam, tornando a vida alegre, dinâmica, tão legal quanto nos livros de J.G.
Tudo virou automático.
As pessoas à minha volta agora são normais demais, regradas demais, pontuais demais.
São mecânicas.
E qual é a graça de tudo isso?
Quando a vida vira uma obrigação?
Vira um sistema, uma equação, algo sempre com o mesmo resultado?
Ela simplesmente perde a magia, o encanto.
Eu não consigo viver assim.
Acho que vim com defeito, sem o botão de ligar e desligar.
Eu só sei viver. Viver por completo.



Me sinto como se tivessem me tirado da minha realidade e me jogado em outra, aleatória.
Alguém me leva de volta?

Revolução Solar.



Esse é o meu post sobre soprar velinhas, mudar de idade e blablabla, só que meio atrasado.

18 aninhos. Talvez essa idade tenha mais valor simbólico do que real.

Ou como minhas colegas de trabalho dizem: "agora você pode fumar, beber, se prostituir e ser presa".

Enfim, a verdade é que não senti mudança nenhuma.
Ou melhor, a gente vive uma metamorfose cotidiana, e não faz sentido achar que a mudança de um ano vai se acumular pra um dia só.
No fim são só números. Eles não significam muita coisa.
Eu me sentia mais velha quando era criança do que agora.

Em primeiro lugar, obrigada pelas palavras.

Elas de certa forma me trouxeram liberdade.

E sabe, eu sempre tive medo que devido ao meu jeito fechado, de se deixar conhecer pouco ninguém nunca soubesse quem sou de verdade.

Aliás, essa é uma preocupação constante minha: que as pessoas me vejam como eu realmente sou.
E agora sei que tem pelo menos uma pessoa no mundo que me enxergou por dentro.

De certa forma tenho que admitir que é uma nova fase.
Eu não seria humana se não criasse novas expectativas e planos a cada ano solar que começa.
E é isso que representam as fotos. (pois é, primeira vez que eu coloco fotos no blog).

É hora de cortar com o passado e realmente recomeçar, coisa que eu tentei tantas vezes.
Mas agora acredito que vai dar certo agora.
Vou tentar construir meus sonhos de forma mais concreta.
Estou cortando a pulseirinha, abandonando as ilusões, deixando coisas para trás.
O passado não some, mas ele precisa ficar no seu lugar, sem roubar o meu presente tão precioso.
Só assim posso me jogar de corpo e alma na vida e escolhas que faço daqui pra frente.
Só assim pra viver de novo, com intensidade total.
Se a idade não trouxe muita coisa, porém pelo menos compreendo algumas coisas a mais.

E uma delas foi conviver com tudo que a vida nos dá, o melhor e o pior de tudo.
Sem tantas promessas, só deixando as coisas acontecerem naturalmente e ver no que vai dar...

"We were the Kings and Queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the Children of a Lesser God
Between Heaven and Hell"