Estava eu relendo a revista Planeta de março de 2010 e a reportagem de capa me fez refletir. (Se você não leu, está disponível no site da revista: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/450/artigo168308-1.htm).
Sim, após tantas aulas de biologia recriminando os erros de Lamarck os cientistas descobriram que ele também tem a sua parcela de razão, tirando Darwin do monopólio da certeza sobre a evolução das espécies.
Basicamente o artigo demonstra os resultados de uma pesquisa, ainda sem dados muito precisos, de que hábitos de vida influenciam sim os genes e podem passar aos seus descendentes por pelo menos cinco gerações.
Além de ter uma repercussão científica incrível (lá vamos nós estudar biologia tudo de novo!), o foco que quero dar a matéria não é esse, mas sim o que está ao nosso alcance.
A desmitificação de que só os genes são responsáveis por uma porção de características, que são previamente "programadas", tira o peso da responsabilidade de diversas doenças e comportamentos do acaso e coloca essa responsabilidade sobre nós mesmos.
Agora não só somos responsáveis por nossa vida e saúde, mas como também podemos influenciar a vida daqueles que nem veremos, porém compartilharão de nosso sangue daqui a cinco gerações.
Uma "simples" atitude (o simples está entre aspas porque se trata de algo considerado simples, entretanto não é tanto assim) como a falta de atenção materna pode levar seu neto a ter depressão.
Ou seja, nossas ações cotidianas ganharam uma dimensão nunca antes imaginada. Com o poder de prevenir doenças com a alimentação, por exemplo, também vem a obrigação de pensar muito mais em nossos pequenos atos, e diminuir consideravelmente os erros para que gerações futuras não sofram com algo que em nossa época poderia parecer uma bobagem.
Enfim, sempre desejamos a liberdade, sermos senhores de nosso destino. Mas será que estamos prontos para os deveres que isso acarreta?
O Legado das Ações.
?
Por tanto tempo sozinha que eu nem sabia mais o que era isso.
Eu me tranquei por vários meses, e agora a vida volta a acontecer.
Todas aquelas pessoas...
É como achar o lar que eu nunca tive.
É estar num lugar e se sentir bem.
Simplesmente esse sentimento que eu não sentia há quase dois anos...
Mas como sempre existem tantos poréns que aquela sementinha cheia de dúvidas começa a brotar.
Primeiro porque mesmo adorando minha vida agora, eu não consigo deixar no passado.
Como pode ser tão difícil seguir em frente?
Meus planos saíram tão errado: mudei de cidade, voltei, mudei de amigos, mas isso nunca muda.
É uma certeza eterna que resiste, não se dissipa ou se esvai.
Simplesmente continua em mim desde a primeira vez.
E por outro lado essa nova coisa que me faz tão feliz, que me faz sorrir espontaneamente, sentindo-me segura (como era ano retrasado talvez), é tão errada.
Nada aconteceu, mas minha intuição diz que se eu continuar vai dar merda.
E o pior é que essa intuição não costuma errar.
Eu sei, não existe só esse caminho.
Na última semana mais portas se abriram do que nos últimos 8 meses.
Mas com todas essas possíveis direçõs também vem decisões.
Decisões difíceis, às vezes.
Eu falei tanta coisa mas não consigo fazer minhas ações seguirem estas palavras.
É incontrolável.
Porém ficar olhando a vida passar enquanto o que você mais deseja não acontece não me parece muito correto.
(yeah, e minha fitinha vermelha da Bahia (FN) acho que nunca se romperá...)
Mas ou eu continuo parada esperando esse sentimento que provavelmente nunca vai vir, ou eu escolho um caminho qualquer à minha frente e sigo pela estrada.
Conciliar as coisas está se tornando impossível agora.
So now, what can I do?
Patchwork.
Em sua mente é como se eu escolhesse. É porque ele nunca viu que sempre foi assim.
E não é muito acusativo isso?
Por que temos de nos "adaptar" ao mundo e tornarmo-nos todos iguais? Por que simplesmente não podemos viver com nossas diferenças?
Eu sei que o mundo não é cor-de-rosa e não é tão simples assim. Sei que todos não vão dar a volta no mundo de mãos dadas cantando canções bonitinhas.
Mas podia ser melhor. E eu não vou abrir mão de fazer o que eu puder para ajudar só porque a pessoa (que deveria me apoiar nisso) diz que não vai adiantar, que eu não vou salvar o mundo sozinha.
É inevitável. Não que eu queira viver isolada do mundo (na verdade não vivo, só de quem você quer que eu conviva). O fato é que o que você pensa, come, faz e acredita te afasta de algumas pessoas e aproxima de outras. É um processo natural. Eu não preciso adorar todo mundo não é?
"Não é todo rio que tem um mar pra se encontrar, dá pra evaporar, encontrá-lo através do ar."
Fresno - Evaporar
E desculpa confessar, mas é difícil receber conselhos de quem outrora me
feriu tanto. É estranho ou
vir palavras que parecem minhas saindo da tua boca. Mas eu agradeço imensamente por todas elas, de coração. Só que isso não quer dizer que eu vá seguir as recomendações.